SÓ NOS FALTA ...
Maria João Brito de Sousa
Só nos falta alguém levantar-se de uma cadeira - que oportunamente cairá - e afirmar que nos livra da guerra mas não da fome.
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Maria João Brito de Sousa
Só nos falta alguém levantar-se de uma cadeira - que oportunamente cairá - e afirmar que nos livra da guerra mas não da fome.
Maria João Brito de Sousa
Maria João Brito de Sousa
Ora, ora... a mente humana só pode sobreviver através da procura da verdade, ainda que sabendo que jamais a encontrará.
Eu
Maria João Brito de Sousa
PACIÊNCIA
*
O escritor levanta-se, espreguiça-se, sonda o horizonte e faz-se ao caminho.
É importante que se diga que este escritor escreve poesia.
É importante que se saiba que este escritor é, portanto, um poeta.
A caminho, este poeta pensa a palavra poesia.
Toma-lhe o peso. Prova-a.
Humaniza-a e veste-a com um p maiúsculo.
Observa atentamente o resultado.
Reconhece que alguns erros de leitura possam ocorrer, aqui e além.
Aceita que alguns olhos afirmem ver um p de possidónio onde ele colocara um p de pessoa.
Paciência...
Maria João Brito de Sousa, 31.07.2018 – 17.19h
Maria João Brito de Sousa
Nós, os apaixonados operários do soneto clássico, não temos sido nada poupados pelos críticos modernistas e pós-modernistas de todo o mundo.
Acusam-nos de repetir o mesmo "ram-ram-ram" ao longo dos séculos. Enquanto servidores do ser humano através do soneto, cabe-nos provar que o Soneto, ainda que formalmente intocável, é tão plástico e tão versátil que é capaz de conter em si todos os estilos de todos os tempos.
Querem ideias capazes de construir e desconstruir tudo e mais alguma coisa? O soneto sabe tê-las! Querem máquinas de viajar no tempo capazes de alcançar o futuro? O soneto fá-lo!
O soneto é a fórmula literária mais próxima da perfeição e ainda não descobri nenhuma grande inovação que ele não ultrapassasse com uma perna às costas.
Maria João Brito de Sousa - 19.07.2018
Maria João Brito de Sousa
Cafezinho? Que cafezinho? A cevada solúvel de marca branca sai muito mais barata e, muito honestamente, o que se perde em sabor e olfacto, ganha-se em moedinhas no fundo do bolso.
Sou selectiva, sim, mas essa minha característica só é aplicável a coisas bem mais importantes do que o sabor de um café.
A quem não seja capaz de um tal estoicismo, recomendo que o tome com ou sem adoçante(s). Deve é retirar o acento agudo do cafezinho e fazer o favor de o colocar no açúcar.
Maria João Brito de Sousa
Quão, mas quão redutor é classificar essa magnífica "fórmula literária" que é a Poesia de... "terapia"!
Nesta perspectiva, ocorre-me perguntar se realmente acreditam que Os Lusíadas pode ser encarado como um livrinho de "auto-ajuda"...
Maria João Brito de Sousa
... a propósito da frase "... dia de viver o Hoje e semear o Amanhã" - lembro e relembro esta estranha sensação de desconforto - e de vida vivida a meia-haste... - que me percorre sempre que oiço/leio a velha máxima que nos recomenda que vivamos apenas o presente... e "um dia de cada vez"... penso que para um ser humano na sua plenitude, é sempre impossível e redutor viver sem a ideia de estar a contribuir, melhor, ou pior, mas tão bem quanto o consegue, para o amanhã da humanidade a que pertence.
Maria João Brito de Sousa - 10.09.2016
Maria João Brito de Sousa
ELA(S)
Elas escolheram lá ter de semi-viver, ter de lutar a cada segundo pelo direito à próxima inspiração - arquejante(s) -, ter de sentir que a febre as aliena como se de excesso de vinho se tratasse... elas previram lá precisarem de estrebuchar, por dentro, à procura da palavra correcta, quando a sua existência se esculpe e acrescenta nas e pelas palavras e foi exactamente assim, sobre os alicerces da palavra escrita, que sobreviveram durante os últimos anos do seu percurso... porém, verdade seja dita, ela(s) jamais teria(m) querido vidas de algodão-doce, ou estradas de rebuçados, bombons e príncipes encantados. Elas protestam, mas estão em paz com as suas consciências e rejeitam os silicones exteriores... ou interiores.
Se, efectivamente, houvesse que escolher entre uma outra, ela(s) teria(m) escolhido a primeira, sem hesitar...
Quem pode escrever poesia decente cavalgando um unicórnio e envergando uns óculos côr-de-rosa?
Maria João Brito de Sousa - 02.05.2016
Maria João Brito de Sousa
Nunca fui grande fã dos contos de fadas. Que me perdoem os inspiradíssimos autores, os muitos técnicos de saúde mental que sobre eles se têm debruçado e o senhor Bruno Bettelheim, cuja dissertação me dignei, agora mesmo, ler , ainda que em diagonal e com a pressa de quem, tendo graves problemas de falta de vista e nenhuma hipótese de adquirir os óculos adequados ao seu problema, a poupa tanto quanto vai podendo... (isto das prioridades tem cá um peso...)
Se é bem certo que os meus sete ou oito anos de vida dispensaram, sem hesitar, o aborrecidíssimo e desencantado sono de uma Bela Adormecida e o não menos estereotipado "beijo de amor" que a deveria acordar , para correrem a deleitar-se na crescentemente complexa conspiração dos microorganismos potencialmente patogénicos contra as brilhantes descobertas de Alexander Flemming, não menos certo será que Robert Stromberg, apesar da sua americaníssima raiz, me conseguiu despertar - a desoras... - para a verdadeira importância de um conto de fadas. Reinventado, admito, mas... ainda Conto de Fadas.
Para todos os que ainda não viram "Malévola", com olhos de ver, aqui fica a minha irrevogável recomendação.
Maria João Brito de Sousa - 03.01.2016
PS - Valeu a pena, avô poeta, teres-me contado tantas histórias de bruxas-boas e de fadas-mázinhas... ou incompetentes, mesquinhas, conflituosas e, sobretudo, estúpidas...
Os maniqueísmos cristalizados - e profundamente enraizados... - nunca foram o mais fértil dos terrenos, para quem pretendeu "plantar ", num mundozinho vergado a preconceitos e estereótipos, sementes de verdadeira, florescente e criativa humanidade...
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