Admito que há coisas em que sou muito reaccionária. Este Novo Acordo Ortográfico é uma delas. Nestas coisas da minha Língua, sou ainda pior do que o Malato e, quando me tiram o “c” ao actor, revolto-me até à Eritropoiese. É que se me descompensa a Ferritina e até as plaquetas se me tornam suicidas e se começam a agregar como se o demo as descomandasse.

Não, não tenho ataques de histeria. Nunca foi a minha especialidade e esta antipatia é bem mais funda e visceral do que parece. Não consigo “engolir” ESTE específico acordo e vou aproveitar o “período de janela”, até 2015, para escrever como sempre fiz… se lá chegar. Já não é mau de todo e, tendo eu plena consciência de que são os falantes quem faz uma língua, não me pesará muito a conscienciazinha cívica… além do mais, tenho encontrado, na net, tremendos atentados à nossa Língua Mãe através de acidentes ortográficos ou verdadeiras hecatombes sintácticas e, por muito que vá tentando relevá-los, começo a perguntar-me se o “peso” dos escreventes não terá de ser reavaliado dentro de alguns anos… ou já.

Minhas senhoras e meus senhores, as coisas estão a mudar muito depressa. Eu sei que não é fácil gerir toda esta mudança, mas não descuidem demasiado a palavra, a bem do zum-zum sináptico do Twitter. Ela é e será sempre um dos vossos mais valiosos Patrimónios.

Maria João Brito de Sousa – 12.02.2011 – 12.38h

NOTA IMPORTANTE – Não, isto não é nenhum Manifesto Pró-Dantas e a maioria de nós – tenham dó… - não é, nem pouco mais ou menos,  um Almada…