BLOG EM GREVE
Maria João Brito de Sousa
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Maria João Brito de Sousa
Maria João Brito de Sousa
Ninguém ouve uma pedra,
depois de lançadas as primeira flores,
e um poema opõe escudos de papel
ao aço da má vontade
sempre que inicia uma batalha
no eterno e móvel palco da criatividade
Debruço-me
sobre a guerra
sistematicamente perdida
entre a rima desgastada,
a metáfora a garrote, forçada,
e a impudícia do arrojo poético de cada dia
Prevejo a batalha em três frentes
que a poesia enfrentará
a curto prazo
e que a inércia manterá acesa
por gerações e gerações
de versos desgastados pela ausência
de génio, de suor, de leito favorável…
Ah, estrofes mancas,
geneticamente obedientes,
melodiosas como a colisão
de dois camiões carregados de vidro
ou nitroglicerina…
Como se a fome fosse sempre igual
e, subitamente, inventasse uma saída,
revolto-me e atiro na direcção oposta,
Mas
não morro de amores por mim mesma
nos instantes em que visto
o uniforme da crítica implacável!
(…satisfaz-me,
no entanto, a raivazinha velada
que hoje me levou a dedicar estas linhas
à imperatriz da omnipresente austeridade…)
Maria João Brito de Sousa – 12.11.2012 – 13.57h
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