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03
Set15

REFLEXÕES (IN)ÚTEIS SOBRE POESIA, POETAS E TRABALHO POÉTICO


Maria João Brito de Sousa

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Toda a poesia que, largando os suportes "espaço" e "tempo", se afasta da descrição ou da narrativa e eleva a realidade à sua própria conceptualização para a tornar, dessa forma, mais abrangente e mais intemporal, sem perder minimamente o seu vínculo aos princípios éticos do poeta/escritor, exige uma muito maior reflexão, um muito mais extenso tempo de maturação e constrói um compromisso inamovível entre ele/ela, poeta, e essa mesma realidade depois de filtrada pelos tais nunca esquecidos princípios.

Para os poetas que trabalham a realidade a esse nível, a carga de energia que cada poema contém é obtida através da concentração e da reflexão. É evidente que não vou fazer citações pois nunca escondi que era uma poeta muito mais ligada à produção do que à teorização, que deixo para os que se sintam mais vocacionados para esse tipo de trabalho de pesquisa e para os que possam dispor de facilidades de acesso a fontes documentais de que eu não disponho neste momento da minha vida.

Não sou, também, uma boa comentadora. Nunca o serei. Raramente o são, ou foram, os poetas que produzem este tipo de poesia que, como todos os outros, está fortemente ligada às características, à educação e à vivência de cada um de nós.

A todos os eventuais leitores que pretendam encontrar, em toda a minha poesia, a descrição de alguma coisa ou uma história de apreensão imediata, lembro, mais uma vez, que cada poeta tem as suas próprias características e que a poesia é um vastíssimo universo de formas, estilos e conceitos estéticos.

Se é certo que me não seduz, mesmo nada, a ideia de "poesia pela poesia", não é menos certo que a realidade é passível de ser traduzida e trabalhada de formas muito menos óbvias do que as que devem ser - por imposição das suas próprias características - adoptadas numa notícia, numa sinopse, num recado, numa bula, num roteiro turístico ou num anúncio, seja o que for que ele anuncie.

Aprende-se a ler poesia, lendo-a e fazendo alguma análise comparativa e dedutiva. Mas não só.



Maria João Brito de Sousa - 03.09.2015



NOTA - Mais uma vez lembro que estas reflexões, sendo fruto de muitos anos de trabalho poético, não se dirigem a ninguém em particular e que as publico apenas por me parecer que podem ir ao encontro de quem pense e sinta de modo semelhante ou ao de quem nunca tenha tido a oportunidade de reflectir sobre este assunto e por ele se sinta interessado a ponto de o ler até ao fim.

 

 

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