NA CASA
Maria João Brito de Sousa
Como todos os gatos, sou profundamente territorial.
Abomino a rápida e inevitável associação às imagens mais do que desgastadas- e atrozmente "pirosas"... - das heroínas urbanas "made in USA".
É tão só esta profunda comunhão com "a casa" que me alimenta o direito a dizer, mais ou menos a brincar, que tenho uma "costelazinha de gato". Ela e esta necessidade de estar tanto tempo sozinha comigo mesma na constante auscultação da matéria-prima dos meus poemas.
Todos sabemos que existe sempre a remota possibilidade de nos vir a cair o tecto em cima. Por vezes, cai-nos o mundo inteiro em cima, mesmo quando o tecto teima em manter-se firme,mas...
aqui somos e aqui morreremos. Na casa.
Maria João Brito de Sousa - 12.11.2015 - 12.14h