FELIZ NATAL 2015
Maria João Brito de Sousa
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Maria João Brito de Sousa
Maria João Brito de Sousa
Só um louco acreditará que se pode nascer, viver e morrer sem mudar o mundo.
É mais do que evidente que cada um dos nossos mais automáticos gestos o vai mudando invariavelmente e que, mesmo depois de termos morrido, ele continuará a mudar, ainda que proporcionalmente ao quase nada que cada um de nós fez, ou deixou de fazer.
Nunca entendi - ou entendi, mas fui-me rindo baixinho e com gosto... - os que afirmam que só os loucos pensam que podem mudar o mundo, quando a realidade nos mostra, a cada segundo, exactamente o contrário.
De qualquer forma, pouco importa ao mundo que entendas, ou não, que te é perfeitamente impossível existir sem nele deixares a tua pegada e sem, portanto, o alterares um pouco.
Importante, verdadeiramente importante, será tão só a orientação/direcção da tua intenção de mudança.
Trata, pois, de defini-la bem, caso tudo isto seja novo para ti, e... Boas Festas!
Maria João Brito de Sousa - 19.12.2015
Maria João Brito de Sousa
Desculpa-me esta ausência, mas ela está-me a ser absolutamente necessária, e - sem dramas, nem exageros - vital.
A saúde não vai nada bem e a vida complicou-se-me de tal forma e em tão diversas e simultâneas vertentes que nem sequer podes fazer um pequena ideia.
Estou a tentar algum apoio da segurança social, mas muitos dos problemas são praticamente insolúveis. O que é certo é que, não sendo tolinha de todo e auto-conhecendo-me como muito poucos se conhecem, faço o possível por evitar uma depressão reactiva a todas estas esmagadoras e crescentes dificuldades, o que implica algum descanso mental e uma maior "poupança" das poucas energias que me ainda me restam. Não posso, nem conseguiria, mesmo que o tentasse, nestas circunstâncias, acompanhar o ritmo de produção poética, publicações, visitas e interacções que mantive nestes quase, quase oito anos de actividade online. Nem sequer o desenrolar dos acontecimentos políticos estou a conseguir acompanhar e penso que sabes quão prioritários têm sido para mim.
O ano que vem é, para a minha vida pessoal, uma enorme incógnita, em termos de sustentabilidade, se é que a esta miséria material em que vivo se pode chamar sustentabilidade... mas restava-me a segurança desta minha casa, a consciência de ter evoluído poeticamente - um ponto absolutamente crucial para mim, como sabes... - e o teu/vosso apoio sempre amigo.
Assim fui resolvendo apaixonadamente a complexa equação do sentido da vida e assim me senti cumprida e perfeitamente preenchida enquanto poeta e ser humano, talvez pela primeira vez desde o início da minha adolescência... mas estas minhas "variáveis da equação da vida" tranformaram-se-me num último e inviolável reduto. Agora que mais do que uma delas está posta em causa e ameça colapsar, todos os meus humanos limites foram ultrapassados. Desapareceram - ou irão em breve desaparecer... - as condições mínimas à minha humana sobrevivência.
De momento, mantenho perfeitamente intacta a lucidez, claro, mas não a energia necessária para a traduzir poeticamente.
Tentarei vir até cá de quando em quando, mas fico perdida na multiplicidade dos comentários, citações e publicações e eu não sei - nem nunca soube... - fazer seja o que for sem pôr corpo e alma no que escrevo. Para o fazer quase automaticamente, contrariando os meus princípios apenas para manter as aparências e abdicando daquela qualidade que se traduz em tempo de interiorização, consciencialização, apreciação e resposta, é preferível que o não faça de todo.
Deixaria de ser quem sou se procedesse de outra forma.
Beijo grande.
Maria João Brito de Sousa
Oeiras, 10.12.2015 - 19.14h
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