CONTOS DE FADAS...
Maria João Brito de Sousa
Nunca fui grande fã dos contos de fadas. Que me perdoem os inspiradíssimos autores, os muitos técnicos de saúde mental que sobre eles se têm debruçado e o senhor Bruno Bettelheim, cuja dissertação me dignei, agora mesmo, ler , ainda que em diagonal e com a pressa de quem, tendo graves problemas de falta de vista e nenhuma hipótese de adquirir os óculos adequados ao seu problema, a poupa tanto quanto vai podendo... (isto das prioridades tem cá um peso...)
Se é bem certo que os meus sete ou oito anos de vida dispensaram, sem hesitar, o aborrecidíssimo e desencantado sono de uma Bela Adormecida e o não menos estereotipado "beijo de amor" que a deveria acordar , para correrem a deleitar-se na crescentemente complexa conspiração dos microorganismos potencialmente patogénicos contra as brilhantes descobertas de Alexander Flemming, não menos certo será que Robert Stromberg, apesar da sua americaníssima raiz, me conseguiu despertar - a desoras... - para a verdadeira importância de um conto de fadas. Reinventado, admito, mas... ainda Conto de Fadas.
Para todos os que ainda não viram "Malévola", com olhos de ver, aqui fica a minha irrevogável recomendação.
Maria João Brito de Sousa - 03.01.2016
PS - Valeu a pena, avô poeta, teres-me contado tantas histórias de bruxas-boas e de fadas-mázinhas... ou incompetentes, mesquinhas, conflituosas e, sobretudo, estúpidas...
Os maniqueísmos cristalizados - e profundamente enraizados... - nunca foram o mais fértil dos terrenos, para quem pretendeu "plantar ", num mundozinho vergado a preconceitos e estereótipos, sementes de verdadeira, florescente e criativa humanidade...