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Ocorreu-me agora uma estranha ideia que talvez nem devesse partilhar, mas... penso que os defensores do indefensável AO90 nos imaginam, a nós que contra ele erguemos poemas, determinação, penas e teclas, muito "coladinhos", na nossa imaginada inocência, ao Acordo de 1911... pois bem, eu não estou e sei que a maioria dos opositores também o não está. O problema é que este aberrante AO90, para além de mutilar a língua com a mesmíssima e requintada graça que um talhante poria numa delicada cirurgia ocular (por exemplo), ainda advoga o impossível que é a unificação, pelas férreas algemas de uma ortografia única, de uma língua que imparavelmente continuará a evoluir sob formas que divergem ao nível da semântica, da sintaxe e da fonética.
Tentar condicionar esse processo natural - por muito que afirmem que o não tentam... - parece-me tão patético quanto montar um aviário debaixo de água e ficar à espera que os passarinhos aprendam a respirar por guelras...