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http://contra-sensual.blogs.sapo.pt

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08
Out15

COMO???


Maria João Brito de Sousa

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Como, pergunto eu, é que uma cidadã que sobrevive quase milagrosamente, que faz tratamento de hipo-coagulação, que- ainda por cima! - contraiu uma bactéria oportunista e está sem electrólitos (iões de sódio, potássio, cloro, cálcio e magnésio) pode adivinhar, depois de lhe ter sido dito que os dados relativos à sua isenção de taxas moderadoras estariam "inseridos" no seu cartão de cidadão, e de ter sido atendida, ao longo de anos de consultas gratuitas de acordo com a sua condição de doente crónica e beneficiária do RSI, três dias antes sem que uma única palavra sobre o assunto lhe tivesse sido comunicada, consegue fazer, num único dia, uma dívidazinha ao SNS no montante de 43.85 euros, é algo que me transcende.

 

Assim, zás-trás-pás, num dia estás isenta e, no outro, não estás!

Cresçam-te dotes divinatórios - ou seja lá o que for que possa explicar esta situação... - ou ficas exactamente como eu fiquei, a olhar para uma factura de 43.58 euros que terás de pagar - sabes lá como... - até ao dia vinte e cinco do corrente mês, no ano da desgraça de 2015.

10
Set12

QUE SE ANDA A PASSAR COM OS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS DO [AINDA NOSSO] SNS??


Maria João Brito de Sousa

Há muito tempo que deixei de ser autónoma, em termos de deslocações que me obriguem a ir além do cafezinho da esquina. Desta vez tive de “fazer das tripas coração” e meter-me ao caminho – do hospital, neste caso – porque os infelizes de cuja boa vontade dependo para me deslocar estavam a braços com compromissos e tarefas inadiáveis.

Resumindo, hoje fui sozinha para a consulta de reumatologia – agendada desde Maio - e garanto que isso me custou horrores. Custou-me o habitual esforço psicológico, porque eu detesto hospitais, o físico, porque as deslocações me são extremamente penosas e me deixam num estado de cansaço e prostração difícil de definir, e o pecuniário, pois claro. Last but not the least, na situação de quase miséria em que eu e tantos outros portugueses nos encontramos…

Pronto. O esforço foi feito e o “capital” – para mim, muitíssimo! -  foi “investido” apesar de todos os apesares.

Em breve virão as amigas do cafezinho perguntar-me como correu a consulta e só posso dizer-lhes que não correu… ou melhor, que nem sequer houve consulta.

Embora tivesse chegado a duvidar da minha própria sanidade mental, ainda teimei que sim senhora, que a dita cuja estava marcada para as 10.45h do dia de hoje, mas a jovem funcionária mantinha a negativa; - A senhora enganou-se no dia. Esta consulta foi marcada para o dia 12…

Não, não tinha levado comigo a folhinha de marcação. Por mero acaso não o tinha comigo… mas também não vi razão para me preocupar com isso… afinal para que servem os arquivos e ficheiros informáticos? Bastava – pensei eu – chegar, tirar a bendita senha, aguardar a minha vez e apresentar o cartãozinho de cidadão. E não pensei nada mal, meus amigos, porque tem sido exactamente assim que tudo se tem processado nas múltiplas consultas em que sou seguida há vários anos… mas a funcionária, de tão firme, de tão inabalavelmente segura depois de apertar meia dúzia de teclas, fez-me acreditar que o erro era todo meu…mais! Enviou uma auxiliar para que intercedesse junto da médica, face ao "meu" engano... não resultou, claro está, a intervenção, porque; - A doutora tem agora mesmo uma reunião... mas deixe estar que depois lhe enviaremos uma carta-convocatória.

Só não me autoflagelei porque não sou mulher de violências, garanto! Eu, que também não ligo nenhuma ao vil metal, chorei cada cêntimozinho gasto naquele martírio escusado, naquela “via dolorosa” para coisa nenhuma…

Outro episódio houve que acrescentou perdas e danos à tortura do dia de hoje, mas fica para amanhã. Ou depois. Este foi mais do que suficiente para me deixar de rastos e “capaz de engolir alguém”… porque, assim que cheguei a casa, encontrei, sobre a secretária do hall, o bendito papelinho com que ilustro estas linhas tão legitimamente indignadas, tão pertinentemente enfurecidas.




 

Maria João Brito de Sousa – 10.09.2012 – 16.34h

29
Fev12

DA INSUSTENTÁVEL NECESSIDADE DAS DESCULPAS ESFARRAPADAS...


Maria João Brito de Sousa

 

Do fundo mais fundo desta indescritível nebulosa em que a broncopneumonia lançou o meu discernimento, pareceu-me ouvir algumas palavras do Dr. Francisco George – palavras preocupadas, sem dúvida – sobre a possível ineficácia da vacina contra a gripe, administrada este ano. Ainda mais cá do fundo, lembro-me de que isso todos nós já sabemos… os vírus sofrem mutações tão rápidas e imprevisíveis que só com muita sorte – ou um milagre daqueles que dão direito a missas em directo – poderiam garantir os prometidos 100% de eficácia… mas, adiante, que esta “nebulosa” deixa-me tanto mais cansada quanto mais me esforço por entender estas dúvidas quase transcendentais dos que estão à cabeça da nossa saúde pública e eu, com muito maior economia de esforço, recursos e tempo, penso que o extraordinário aumento dos índices de mortalidade, entre idosos e doentes crónicos, se deve àquilo que vai sendo óbvio para todos nós; centenas ou milhares de indivíduos desses grupos de risco, deixaram, há muito, de poder tomar as suas medicações habituais e, outros tantos desistiram mesmo de deslocar-se às consultas por não terem dinheiro quer para os transportes, quer para o pagamento das taxas moderadoras. Esta é uma realidade que só não vê quem não quer e que, sendo assumida, talvez possa vir a poupar alguns milhares – ou milhões? – de euros num estudo que todos sabemos ser supérfluo…

Mas isto digo eu, claro, que estou a delirar com a febre…. ou não?

 

 

Maria João Brito de Sousa – 29.02.2012 – 13.38h

 

21
Dez11

CUIDADOS E DESCUIDOS DA SAÚDE PÚBLICA


Maria João Brito de Sousa

Acabada de chegar do hospital, onde me foi diagnosticada uma dupla infecção - respiratória e urinária - decido-me, apesar do cansaço, a dizer de minha justiça... porque outros poderão vir a ser vítimas dos mesmos descuidos...

Logo na triagem informei que estava com uma infecção urinária e foi-me dado um recipiente para recolha da urina. Tudo muito rápido, tudo com a maior das eficiências... nenhuma queixa no que toca à triagem.

Mais uma meia horita na sala - sei lá, até pode ter sido um pouco mais mas pareceu-me pouco tempo - e chamam-me para observação no balcão de medicina. Também aqui tudo correu segundo o que considero normal. Seguiram-se os vapores com um broncodilatador, uma colheita de sangue para análise e o raio x  que se justifica porque a minha infecção respiratória não foi completamente curada pelas minhas, pelos vistos, pouco competentes defesas.

Mais um tempo - um pouco mais longo, desta vez - na sala de espera e lá me chamam de novo. A médica pergunta-me onde costumo fazer controlo do INR e avisa-me de que não poderei tomar a dose de Varfarina no dia seguinte - hoje - porque o INR está bastante elevado e recomenda-me que vá, no prazo de dois dias, fazer nova avaliação do tempo de protrombina. Tudo correctíssimo... até aqui. O pior foi a medicação; amoxicilina com ácido clavulânico e nada de urinocultura... mesmo que não se tratasse de uma utente com patologia crónica, nunca se deveria "esquecer" uma recolha asséptica de urina para urinocultura e despiste dos antibióticos  a que a bactéria - que ninguém pode saber qual é senão através da tal urinocultura - possa ser sensível. Não se podem por em risco, desta forma, as vidas dos doentes... ou não se deve fazê-lo. Porque poder, pelos vistos, pode...

Outra coisinha; eu tive a sorte de conseguir uma boleia de uma das minhas filhas, de outra forma não me poderia deslocar ao hospital pois não tenho dinheiro para táxis e não estou em estado de apanhar transportes públicos... que também me ficariam incomportavelmente caros. Por que razão os programas informáticos dos serviços de urgência não estão preparados - esta noite não estavam - para inscrever nas receitas as portarias e despachos que conferem medicação gratuita aos doentes que, como eu, têm direito a esse benefício? Foram pagos 6,34 euros por um antibiótico que deveria ter sido integralmente comparticipado. No país real existem pessoas como eu, a auferir 189 euros mensais do RSI... e não serei a única que o aufere por não estar em condições físicas de exercer uma profissão remunerada... são pequeninas coisas que se diluem completamente nas reformas estruturais do sistema nacional de saúde mas que, não tenham dúvidas, "infernizam a vida" de quem não tem dinheiro, mas vai tentando acreditar que tem alguns direitos.

Que ingenuidade a nossa!!!

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 21.12.2011 - 06.07h

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